Usina Albertina suspende atividade e demite 600 funcionários em Sertãozinho
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012A Usina Albertina, de Sertãozinho, comunicou nesta segunda-feira (6) a suspensão das atividades e a demissão de 600 funcionários.
De acordo com o gestor interino da companhia, Marcelo Milliet, a dispensa dos colaboradores se deve à impossibilidade de gerar fundos suficientes para a manutenção dos pagamentos. Devem ser mantidos 20 funcionários, encarregados da segurança e de funções administrativas.
“A usina não tem perspectivas em curto prazo para continuar suas atividades, portanto não é possível manter os funcionários”, diz Milliet. A usina está em recuperação judicial desde 2009. Para ampliar a geração de recursos, a companhia, segundo o gestor, esperava arrendar o parque industrial e outras divisões a terceiros interessados em processar a cana-de-açúcar. Mas conforme ele, isso não foi possível.
Potenciais interessados se afastaram diante da incerteza decorrente de novas disputas judiciais, em função de um único voto contrário em Assembleia Geral dos credores, realizada no fim do ano. Gigante do setor sucroalcooleiro e credora da companhia, a Cosan votou contra a decisão de venda dos ativos agrícolas da Usina Albertina para a LDC-SEV Bioenergia, por R$ 180 milhões, e recorreu da decisão da Justiça de homologar o acordo.
Milliet comunicou ainda que as operações agrícolas da Albertina e as parcerias com produtores de cana da região de Ribeirão Preto já foram assumidas pela LDC-SEV, do grupo francês Louis Dreyfus Commodities. A operação prevê o pagamento inicial de R$ 20 milhões, valor utilizado para a quitação de dívidas com funcionários restantes, os demitidos e os credores fora da recuperação judicial.
Os R$ 160 milhões restantes, valor relativo à aquisição dos ativos agrícolas, serão pagos aos credores da recuperação judicial em 12 anos. Indagado se a operação com a LDC-SEV Bionergia não estaria ameaçada por uma futura decisão judicial favorável ao Grupo Cosan, Milliet concluiu: ‘se ganharem, não sei o que pode acontecer; mas o contrato da LDC está implementado com base em decisão judicial, que no momento é favorável à empresa’.
O Grupo Cosan foi procurado pela Agência Estado, por meio da assessoria de comunicação, mas não se manifestou.
Milliet afirmou que os sindicatos das categorias demitidas já foram informados da decisão, que todos os salários estão em dia e que as homologações serão pagas.
Fonte: Agência Estado
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