Pacientes chegam a esperar 1 ano por ressonância em Sertãozinho
terça-feira, 9 de julho de 2013Pacientes de Sertãozinho estão sendo obrigados a esperar até um ano na fila para fazer o exame de ressonância magnética pelo Sistema Único de Saúde no município. Sem realizar o procedimento, as pessoas não podem começar o tratamento e algumas foram obrigadas a abandonaram o trabalho por causa das dores que sentem. A prefeitura diz que fez um novo contrato e que os atendimentos deverão ser normalizados em até três meses.
A Secretaria de Saúde da cidade admite que existem mais de 100 pessoas esperando pelo exame. Em outubro do ano passado a clínica contratada pela Prefeitura parou de agendar as ressonâncias porque a quantidade de pacientes atendidos já tinha chegado ao limite do que previa o contrato. Desde então, apenas cinco procedimentos deste tipo por mês, custeados pelo SUS, são feitos em Sertãozinho.
“Quando nos recebemos a Secretaria a gente tinha essa dívida para acertar com essa prestadora de serviços. Primeiro a gente precisou acertar essa dívida, terminar o prazo de contrato, que foi até março para a gente poder fazer uma nova contratação de acordo com os critérios estabelecidos pelo Tribunal de Contas”, afirmou a assessora administrativa da Secretaria de Saúde, Rita de Cássia Bisson.
Segundo ela, um novo contrato foi feito para os próximos 12 meses. Os exames serão pagos de acordo com a tabela SUS e a empresa prestadora de serviço vai fazer 30 exames de ressonância magnética por mês. Outros cinco procedimentos serão custeados pelo Ministério da Saúde. Rita informou ainda que um novo sistema de avaliação médica e triagem de pacientes será implementado para organizar o atendimento.
“Esse contrato deve entrar em vigor já na semana que vêm. Ele foi assinado agora e as pessoas vão começar a ser atendidas de acordo com a lista de prioridades, os médicos vão seguir um protocolo clínico, ele vai ser passado para uma central de regulação, o médico vai dar prioridade de acordo com cada caso. Então a gente pretende atender toda aquela demanda que ficou do ano anterior, cerca de 100 casos para ressonância e a gente acredita que isso seja atingido dentro de 2 a 3 meses, para regularizar o nosso atendimento deste ano”, garantiu.
Uma boa notícia para pessoas como a dona de casa Maria da Consolação Fernandes, que aguarda a ressonância desde março de 2012. Ela diz que um desgaste nos ossos da coluna provoca dores constantes.
“Dei entrada [no pedido de ressonância] e estou aguardando. Tinha 250 [pessoas] na minha frente e eles só atendem cinco pacientes por mês. Eu tenho um desgaste muito grande [na coluna] e o médico acha que ele ficou maior, pode ser o caso de eu fazer cirurgia. Eu acho uma falta de vergonha, de respeito com as pessoas, com o ser humano”, relatou.
A faxineira Célia Roseli Arantes deu entrada no pedido pra fazer o exame em março, por causa de fortes dores no joelho. Ela não vê a hora de começar a fazer o tratamento para poder voltara a trabalhar. “Eu fazia faxina, caminhava, cuidava do meu serviço tranquila, agora eu não faço mais nada. Eu não consigo subir um degrauzinho, eu tenho que por sempre a perna esquerda primeiro para depois por a direita porque senão eu caio. Já três vezes eu quase caí no circular. Para quem tinha a atividade que eu tinha, agora eu estou parada. Se eu soubesse o que é [o meu problema] eu já poderia estar tratando e poderia até ter voltado a trabalhar”, conclui.
Fonte: G1
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