A moagem de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil em 2012/13 se acelerou em agosto com o clima mais seco, reduzindo a perspectiva de sobra da matéria-prima nos campos para moagem na temporada 2013/14, afirmou o analista Guilherme Nastari, da consultoria Datagro, durante evento da Fenasucro, em Sertãozinho (SP).

Em meados do mês, uma nota da Datagro havia indicado que um volume “significativo” de cana da safra 12/13 ficaria para ser moído na seguinte, em função do atraso na moagem.

“A gente achava que era maior, perto de 14 milhões de toneladas, e agora a gente acha que é menor. Não temos número ainda”, disse Nastari, que deve finalizar a revisão dentro de 15 dias. “Como está ficando mais seco, a quantidade de casa bisada vai diminuir”, acrescentou.

A avaliação do analista do Datagro indica um cenário mais favorável para as indústrias processarem a cana disponível nesta temporada.

Contudo, o clima muito seco também pode trazer preocupações.

“Ele é melhor para a moagem, mas se for muito seco, a cana que vamos moer no final da safra, em outubro e novembro, será impactada, porque está (ainda) crescendo”, acrescentou Nastari, referindo-se à produtividade agrícola no final da temporada.

A moagem de cana se acelerou em agosto, segundo dados da indústria (Unica) até meados do mês, que indicaram na semana passada que o processamento estava 12,6 por cento atrás do verificado no mesmo período de 2011.

A moagem de cana chegou a ficar cerca de 30 por cento atrás da temporada passada até meados de julho, após chuvas excessivas em maio e junho.

ABASTECIMENTO DE ETANOL

Já o presidente da Datagro, Plinio Nastari, afirmou que não há risco de desabastecimento de etanol na próxima entressafra.

Segundo ele, o problema do Brasil não é o etanol, mas a dependência cada vez maior de gasolina e diesel importados.

Ele explicou que a preocupação com abastecimento de diesel e gasolina se dá em função da logística das importações.

Fonte:G1